Olho Clínico


sexta-feira, julho 09, 2004
  Personalidade

Um ser humano está, sobretudo, sozinho.

Durante a grande maioria do seu tempo, não tem senão os seus pensamentos como companhia; é a altura em que é mais verdadeiro, porque não está sujeito a interpretações ou imagens alheias - condicionadoras. Ou existirá, apenas, a imagem que tem de si próprio, sendo que esta não o preocupa nem o condiciona.

Então, porquê a necessidade, tantas vezes sentida, da solidão, do silêncio?

Quando em contacto com outras pessoas, outras personalidades, as condicionantes exteriores provocam sempre a supressão de umas características e a exaltação de outras; o que controla, claro, a imagem de si, vista por si ou pelos outros. Mas essa alteração tem efeitos na própria pessoa? É o facto de não ser verdadeiro (por não ser completo) nessas situações que cria essa necessidade? Necessidade da solidão, para, a sós com os seus pensamentos, se redefinir, reencontrar e tomar contacto com todo o seu eu. Só uma pessoa com uma personalidade extremamente forte - ou extremamente fraca - é igual a si mesma em todas as situações.

Mas também elas sentem essa necessidade. Porquê?

Ou será que a imagem que temos de nós próprios nos preocupa? É o inconformismo em aceitarmo-nos como somos, tentando melhorar e aperfeiçoar a nossa personalidade, que impõe a reflexão e meditação? Talvez essa imagem seja condicionada pelas outras pessoas. É? Ou aceitamo-nos como somos, e esses aperfeiçoamentos estão dissociados da maneira como nos vemos?

Talvez o ser humano esteja, sobretudo, acompanhado.

Saudações,

Afonso Olimpo. 

O Mundo visto do topo. Do Olimpo.

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