Knowing
Eu sei que há mentira, sei que há verdade. Sei que há incerteza, sei que há insegurança. Sei que somos seres complicados, que temos um orgulho medroso, e só na última é que nos entregamos.
Só gostava que soubesses que estou-me a cagar. Não quero saber disso tudo. Deixa-nos ser puros.
Vida
Como raio é suposto ser? É mesmo suposto formigar pelo tempo e equilibrar nos vários braços elementos de diferentes densidades?
Não quero isto. Não quero distância, quero proximidade. Não quero lá, quero aqui. Quero tempo, quero tédio, quero felicidade, quero discussão, quero foda, quero paz, quero guerra, quero amor, quero choro, quero riso. E olhar e realização e orgasmo e bofetada e dança e música e sorriso e conexão e carícia. E um beijo infinito.
Quero vida.
E odeio-te por te amar. E odeio o que amar se tornou. E odeio que o amor me consuma. Odeio ver-me a liberdade impedida, contigo ou sem ti. Odeio este desespero, esta vontade sôfrega, esta frustração angustiante. Odeio sentir-me beira de um grito. Odeio a falta de um oásis para nós, um porto de abrigo, um toldo num dilúvio, um respirar à superfície.
Odeio não ter controlo.
Liberta-nos. One way or the other.