Um fecho? Uma tampa? Um daquelas coisas de velcro?
Às vezes, assim bem de repente e sem aviso, ei-la no meu peito. Acompanhada. Quando tudo parece bem sinto de novo aquele aperto interior, aquela força que me puxa os olhos para baixo. Não está só. Às vezes, assim bem de repente, a saudade aperta tão forte que me sufoca. E sem aviso traz a tristeza, companheira suposta mas sempre inesperada. E são estes momentos que me deixam à beira do desespero, em que te perdoaria tudo e voltaria a tentar uma vez mais. E faço um esforço hercúleo para não te ligar ou escrever. Foda-se, às vezes sinto tanto a tua falta que o meu peito quase implode. De saudade. De tudo, do que fomos, do que não fomos, do real, do imaginado, não me interessa. Só queria um abraço sem tempo, um beijo sem espaço. É ele, é o coração o meu pior inimigo. Porque às vezes, assim bem de repente e sem aviso, solta uma gota antiga que pensava já não reconhecer. E aquele nosso abraço faz-me falta outra vez. Vai-te foder.